Inaugurada em janeiro de 1999, a nova sede da Rede Globo de Televisão, em São Paulo contará com 45 mil m2 quando concluída a segunda fase da obra.
O conjunto é marcado externamente por quatro grandes caixas, já concluídas (a central de jornalismo e três estúdios), e por dois prédios em construção (a torre de escritórios e o restaurante).
Na fachada, empenas curvas de concreto, pintadas de vermelho e azul, contrastam com o revestimento das caixas, em argamassa acrílica bege.
O arquiteto explica que procurou disfarçar, com um fundo infinito, a estrutura das grandes edificações, com cerca de 15 m. A tecnologia determinou o partido arquitetônico, mesmo internamente.
"Devido à complexidade de funções existentes, como jornalismo, administração, engenharia, comercial e estúdio, foi necessário elaborar um zoneamento lógico, eficaz e funcional", diz Rocha.
Os três estúdios, dois com 400 m2 e um com
600 m2, têm arquitetura e interiores bastante simples, empregando materiais de revestimento
de baixo custo e muito resistentes.
No térreo, uma alameda de serviços e lazer - um grande pátio interno entre os estúdios e o prédio
da central de jornalismo - tem cobertura de vidro, piso em mosaico português, espelho d'água que simula um riacho e palmeiras plantadas em linha.
O prédio da central de jornalismo tem cerca de
1.500 m2, distribuídos em três pavimentos.
No primeiro piso, no nível da rua, ficam o acesso,
a engenharia da TV, os laboratórios e as oficinas.
No segundo, a central de jornalismo e os serviços
de apoio (suporte técnico, ilhas de edição e arte).
No terceiro, estão redações de programas semanais e área técnica. A necessidade de fornecer imagens panorâmicas da redação definiu o layout e a decoração do espaço.
Um arquiteto especializado em imagens e planos visuais, auxiliado por testes de câmera, estudou a melhor disposição para as estações de trabalho.
A mesa da apresentadora do Jornal da Globo, principal noticiário gerado em São Paulo, está destacada das demais, no fundo do grande salão com pé-direito triplo, de 10 m de altura.
Nessa área há quatro tipos de iluminação: no piso, no teto, spots laterais e específica para as mesas.
O mobiliário, com um desenho orgânico, sinuoso e ergonômico, foi criado por Edo Rocha. Os móveis, em madeira clara (pau-marfim), não têm cantos vivos e permitem diversas combinações, com flexibilidade de layout.
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 229 Março 1999
Edição 229 Março 1999
Fonte: http://www.arcoweb.com.br/office/edo-rocha-sede-da-31-07-2002.html
